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terça-feira, 4 de julho de 2006

Cartão de visitas vale mais que dinheiro

Fique atento ao seu e saiba como utilizá-lo
Por José Augusto Minarelli*

Responda rápido: já aconteceu de, em um evento importante, você se dar conta de que esqueceu seu cartão de visitas ou não o levou em quantidade suficiente? Ocorreu também de olhar para um cartão recebido e não fazer a mínima idéia de quem é aquela pessoa, quando e onde foi vista, o que faz, do que gosta?
Na seqüência, rasgou o pequeno pedaço de papel e o descartou na lixeira mais próxima?

Cuidado. Esses são sinais claros de negligência com os seus relacionamentos, isto é, o capital social, patrimônio de valor inestimável, capaz de abrir portas e viabilizar conquistas que, de outra forma, não se tornariam realidade – nem mesmo mediante todo o dinheiro do mundo.

O cartão de visitas é uma espécie de ficha de depósito na “conta corrente” do capital social. Memória de um encontro, funciona como uma chave que permite acessar fontes de informação e de decisão, diminuindo distâncias.

A conexão, no entanto, não se estabelece de forma automática e tampouco ocorre se não estiver baseada no princípio da reciprocidade. O gesto de trocar cartões serve como uma senha – dá sinal verde para a aproximação, mas exige cuidado e empenho para transformar o acesso em relacionamento efetivo.

Na vida, tudo depende de pessoas. Assim, quem conhece mais gente e cultiva os relacionamentos tem maior poder para solucionar problemas e atender necessidades, suas e dos outros. Ser lembrado como alguém que tem condições de auxiliar a resolver determinada questão ou dirimir uma dúvida é enriquecedor em vários aspectos.

Primeiro, porque o exercício da ajuda mútua acaba se mostrando construtivo para o desenvolvimento de cada um de nós como seres humanos, pois comprova que somos elos de uma grande corrente.

Segundo, por nos deixar mais à vontade para recorrer à rede sempre que tivermos necessidade, sem constrangimentos. Afinal, quando acumulamos créditos, ficamos com saldo positivo para efetuar os débitos necessários.

Assim como na esfera financeira, todo investimento no capital social requer atenção. A troca de cartões representa uma espécie de autorização para contatos posteriores e deve ocorrer quando, após uma conversa inicial, houver interesse na continuidade do relacionamento. Muitas informações úteis, obtidas no momento inicial, acabam se perdendo quando não são devidamente anotadas.

Isso mesmo: aproveite o verso do cartão para registrar data, local, assuntos tratados, características físicas e de personalidade, cidade natal, profissão, hobbies e tudo o mais que o ajude a resgatar aquele encontro. Utilizando algum critério de sua conveniência, organize os cartões. Não abra mão de mantê-los como uma espécie de backup, guardados em fichários ou algo do gênero.

Ainda que a praticidade do mundo digital exerça um fascínio ímpar, agilizando buscas e processos, dispor do material físico será um alento diante da eventual perda da informação em formato eletrônico. Duas dicas importantes: o Outlook/Outlook Express é um excelente gerenciador da “conta corrente” do capital social. Além dos campos para registro dos dados cadastrais, dispõe de um espaço denominado “Notes”, no qual é possível transcrever as informações anotadas no verso do cartão.

Devemos ter cartões profissionais e pessoais. Os primeiros são adequados para a relação de trabalho, enquanto os segundos servem para casos especiais, quando a intenção é manter com o outro uma relação mais próxima, de amizade. Nesse caso, vale entregar ambas alternativas de contato. A regra é ter à mão os dois tipos de cartão de visita, sempre em quantidade suficiente.

Só é pego de surpresa quem não se previne. Locais e eventos com grande concentração de pessoas exigem maior volume de cartões. Ninguém sai de casa sem a cédula de identidade ou a carteira de motorista. Então, por que esquecer o cartão de visita, que serve como passaporte para um mundo de possibilidades? Há apenas uma ocasião em que é plausível alegar a falta de cartão: quando não há interesse na continuidade do relacionamento.

Essa pode ser uma maneira polida de evitar o contato posterior – lembrando-se sempre que, no espírito da reciprocidade, esse mesmo expediente pode ser utilizado também pelo outro, com relação a nós mesmos.

Critério é a palavra-chave para a distribuição do cartão de visita. A ansiedade leva muita gente a encará-lo como material de propaganda, o que é um terrível engano. Quando não baseados nos princípios de afinidade, reciprocidade e relacionamento, cartões são meros pedaços de papel. De nada adianta distribuí-los aleatoriamente, nem colecioná-los aos montes.

Para serem moeda corrente, precisam ter o valor preservado e atualizado, a partir de investimentos constantes. Caso contrário, equivalem a dinheiro guardado embaixo do colchão em tempos de inflação galopante, servindo como testemunhas incontestes de inúmeras oportunidades deixadas para trás.

*José Augusto Minarelli é presidente da Lens & Minarelli.

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